12.7.12

    Os diferentes graus de discalculia:

Romagnoli (2008), afirma que dependendo do grau de imaturidade neurológica da criança, a discalculia pode ser considerada em distintos graus:
  • Leve - os diacalcúlico reage favoravelmente à intervenção terapêutica;
  • Médio - confirgura o quadro da maioria dos que apresentam dificuldade específicas em matemática;
  • Limite - quando apresenta lesão meurológica, gerando algum defice de atenção:

A mesma autora refere que também existe a tese de que a discalculia possa ser uma dificuldade linguística, na medida em que a matemática é uma forma de linguagem. Segundo esta ideia, a criança com discalculia apresenta deficiente elaboração do pensamento devido às dificuldades no processo de interiorização da linguagem.
As causas de natureza psicológica também podem ser consideradas, pois indivíduos com alguma alteração psíquica são mais propensos a apresentar transtornos de aprendizagem, já que o emocional interfere no controlo de determinadas funções como: atenção, memória, percepção, etc. Existem explicações mas não comprovação, da determinação do gen responsável por transmitir a herança dos transtornos no cálculo. Há significativos registros de antecedentes familiares de crianças com discalculia que também apresentam dificuldades na matemática (Romagnoli, 2008).

    Tipos de discalculia:

O portador da discalculia comete diversos erros na solução de problema verbais, nas habilidades de contagem, nas habilidades de contagem, nas habilidades computacionais, na compreensão dos números.
Kocs (1974, como citado em Munro, 2003) classificou a discalculia em seis subtipos, podendo ocorrer em combinações diferentes e com outros transtornos:
1 - Discalculia verbal: dificuldade para nomear quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações;
2 - Disclaculia practognóstica: dificuldade para enumerar, comparar e manipular objectos reais ou em imagens matematicamente;
3 - Discalculia léxica: dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
4 - Discalculia gráfica: dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;
5 - Discalculia ideognóstica: dificuldade em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos;
6 - Discalculia operacional: dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos.

   Como identificar a discalculia:

Quando se fala na origem das dificuldades de aprendizagem em matemática, surgem muitas dúvidas e, na maior parte dessas ocorrências, não há uma única causa específica, mas um conjunto delas que podem ser encontradas tanto no aluno quanto em relação a factores externos, inclusive no modo de ensinar matemática (Silva, 2008).
De acordo com Smith e Strick (2001, como citado em Almeida, 2006), no que diz respeito aos aspectos relativos aos alunos, são consideradas, a memória, a atenção, a actividade perceptivo-motora, a organização espacial, as habilidades verbais, a falta de consciência e as falhas estratégicas, todas como factores responsáveis pelas diferenças na execução de actividades matemáticas.
Um indicador muito simples das possíveis dificuldades com números é a inabilidade de contar para trás, de dois em dois números ou de três em três, ressaltando que os discalcúlicos têm dificuldade na compreensão da ordem e da estrutura numérica (Silva , 2008).
Outro factor é a falta de compreensão do valor da posição no sistema numérico. A confusão nessa área é frequentemente disfarçada nos primeiros anos, pois as crianças aprendem as regras apropriadas para somar e subtrair e pode utilizá-las se forem apresentadas de forma especial (directas), e são mecanicamente apreendidas. Se esse colocação é mudada, ou se é necessário usar o conhecimento dos números, a pessoa geralmente necessita de flexibilidade para utilizar o seu conhecimento de outra maneira, o que torna a sua dificuldade de compreensão visível, assim como tarefas como agrupar e reagrupar números, lembrar qual o número que vem antes ou depois e repetição de algarismos devido à falta de atenção (Silva, 2008).
O que também se observar são as dificuldades em seguir muitas ordens simultaneamente, além de problemas com a coordenação motora fina (pintar, desenhar, amarrar, costurar etc.), problemas com a coordenação motora grossa (falta de habilidade nas actividades físicas e o descuido ocasionando a frequente queda de objectos da carteira escolar).Além disso, a resistência às actividades que exigem leitura e escrita é outro aspecto a ser considerado, ressaltando que o discalcúlico pode ter dificuldades na leitura e na escrita e resiste, também, a actividade em grupo por não gostar de se expor. Geralmente escreve pouco e as suas respostas às questões que lhe são formuladas resumem-se a "sim" ou "não", devido ao medo de errar. Manifesta um sentimento fortíssimo de menos valia, que acontece por se sentir atrasado em relação à turma (Silva, 2008). 

Como ajudar o aluno com discalculia:

Não há diferença entre números e palavras. Os números podem até ser escritos por palavras, e as palavras são usadas para descrever problemas reais da vida que requerem números para serem resolvidos (Garcia,2000).
O que pode fazer com o aluno que apresenta dificuldades na matemática:

  • Permitir o uso de calculadora e tabela tabuada;
  • Adoptar o uso de caderno quadriculado;
  • Evitar ignorar o aluno com dificuldades;
  • Evitar mostrar impaciência com dificuldade expressada pela criança ou interrompe-la várias vezes ou mesmo tentar adivinhar o que ela quer dizer completando a sua fala.
  • Evitar corrigir o aluno frequentemente diante da turma, para não o expor;
  • Não forçar o aluno a fazer as tarefas quando estiver nervoso por não ter conseguido;
  • Procure usar situações concretas, nos problemas;
  • Procure iniciar cada período da aula com o resumo da sessão anterior a uma visão geral dos novos temas;
  • Escreva no quadro o tema a aprender, os passos ou procedimentos a serem seguidos e que o alunos deverá tomar nota;
  • Dar sugestões ajudas ou guias para que o aluno saiba encarar e monitorizar adequadamente os erros;
  • O uso de códigos visuais, diagramas, cones, sublinhados, esquemas, permite concentrar atenção nos expoentes, varáveis, símbolos de operações, etc., o que facilita a sua compreensão, aprendizagem e generalização;
  • Quanto às provas, devem-se elaborar questões claras e directas, reduzindo-se ao mínimo o número de questões, sem limite de tempo, aplicando-a de tal sorte que o aluno esteja acompanhado apenas de um tutor para certificar se entendeu o enunciado das questões;
  • Estabelecer critérios em que, por vezes, o aluno poderá ser submetido a prova oral, desenvolvendo as expressões mentalmente, ditando para que as transcreva;
  • Incentivar a visualização do problema, com desenhos e depois internamente;
  • Proponha jogos na sala,pois estes consistem numa boa opção para ajudar na visualização de seriação, classificação, as habilidades psicomotoras, habilidades espaciais e a contagem;
  • Permitir o uso do computador, deste modo é um instrumento que pode ser muito bem aproveitado, especialmente porque existem muitos sites com jogos educativos que propiciam a noção de espaço e forma, como o tangam e outros que reforçam a compreensão de matemática (Giarcia, 2000; Rief & Heimburge, 2002; & Silva, 2008)

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